Neste Janeiro Roxo, o Instituto Aliança contra Hanseníase lança a campanha “Pense, pode ser hanseníase” para sensibilizar a população sobre a importância de estar atenta aos sintomas específicos desta doença que persiste no Brasil. Compreender esses sinais é crucial para assegurar diagnósticos e tratamentos imediatos, reduzindo ao máximo possíveis consequências para a saúde.
Antigamente conhecida como lepra, a hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que é transmitida pelo ar quando estamos em contato com pessoas doentes e sem tratamento. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a hanseníase como doença negligenciada, dentre outras 20 doenças, relacionada com problemas socioeconômicos, dificuldade de acesso à saúde e pouco ou nenhum financiamento científico para descoberta de novas drogas e tratamentos.
Hanseníase no Brasil
O Brasil é o segundo país no mundo com o maior número de casos de hanseníase, ficando atrás apenas da Índia. De acordo com o Ministério da da Saúde, em 2022, foram identificados mais de 17 mil novos casos de hanseníase no Brasil. No ano anterior, em 2021, o número de casos registrados foi de 18 mil, e cerca de 54% % dos pacientes foram classificados com incapacidade física (deficiência e/ou sequelas visíveis ou funcionais da doença) , indicando lesões graves nos olhos, mãos e pés. Todas as unidades da Federação (UF) apresentaram registros de casos novos de hanseníase, com maior concentração nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Dados preliminares do Ministério da Saúde mostram que entre janeiro e novembro de 2023, o Brasil diagnosticou ao menos 19.219 novos casos de hanseníase, 5% a mais do que as notificações registradas no mesmo período de 2022.
Sintomas comuns
A hanseníase pode apresentar sintomas variados e ser confundida com diversas outras doenças de pele, o que muitas vezes resulta em atraso no diagnóstico, que deve ser feito por um médico competente na área. Outro agravante é que os sinais da doença podem levar muito tempo para aparecer, geralmente entre dois a sete anos e, às vezes, até mais de dez anos. Afeta principalmente a pele, os nervos periféricos (pés e mãos) e os olhos.
No Brasil, há várias regiões com alta incidência da doença e este é o motivo da campanha “Pense, pode ser hanseníase”. Apenas com a suspeita diagnóstica é possível identificar os casos reais e iniciar o tratamento o mais cedo possível! Conheça os sintomas mais comuns:
- Alterações na sensibilidade: Alteração de sensibilidade térmica, dor e tato em áreas de pele afetadas.
- Mudanças na pele: Diminuição de pelos e do suor, e presença de nódulos também podem ser hanseníase.
- Manchas: Apresentam-se em diversas cores, incluindo brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas.
- Formigamentos, choques e câimbras nos braços e pernas.
É importante considerar a possibilidade de hanseníase ao identificar sintomas. A falta de conhecimento, muitas vezes, leva a diagnósticos tardios, resultando em complicações irreversíveis.
Tratamento e cuidados
A hanseníase tem cura e o tratamento é realizado com medicamentos fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde, o SUS. A adesão rigorosa ao tratamento, mesmo após o desaparecimento dos sintomas, é essencial para evitar complicações e resistência da bactéria. A hanseníase pode levar meses para ser tratada completamente, e interromper prematuramente pode resultar em complicações e resistência bacteriana.
O que fazer se você suspeitar de hanseníase
Diante de sinais que possam indicar hanseníase, é fundamental agir de maneira rápida e responsável. Aqui estão algumas orientações importantes:
Busque ajuda profissional: Caso apresente sintomas suspeitos, busque um profissional de saúde na unidade básica mais próxima do seu endereço. Consultas regulares, quando possível, também são fundamentais para um diagnóstico precoce.
Informe sobre seu histórico: Ao consultar um profissional de saúde, informe sobre qualquer alteração na pele, sensibilidade ou sintomas nervosos. Também fale se convive ou já conviveu com pessoas que tiveram a doença. Essas informações são importantes para uma avaliação precisa. Supere o preconceito!
Conscientize-se sobre a Hanseníase: Conhecer os sintomas e estar ciente da possibilidade da doença é o primeiro passo para um diagnóstico precoce. A falta de conhecimento pode levar a atrasos no diagnóstico e complicações evitáveis. lembre-se que o Brasil é o segundo país mais acometido pela doença.
Não espere: Se houver suspeita de hanseníase, não espere os sintomas se agravarem. Quanto mais cedo a doença for identificada, maior a probabilidade de um tratamento bem-sucedido sem sequelas.
Lembre-se: a hanseníase tem cura, e o tratamento está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ao tomar medidas rápidas e informadas, você contribui para a sua saúde e para o controle da doença.
Futuro sem hanseníase
O Instituto Aliança contra Hanseníase atua desde 2018 unindo ciência, educação e filantropia para combater a doença, priorizando o diagnóstico e tratamento ético, a conscientização da população e o suporte às pessoas afetadas. É liderado pela Dra. Laila de Laguiche, uma médica brasileira com mais de 20 anos de experiência na área. Sua visão combina sabedoria técnica com uma abordagem filantrópica, focada em ajudar pacientes e melhorar a qualidade de vida de quem enfrenta a hanseníase.
Desde sua criação, o AAL já capacitou mais de 800 profissionais de saúde em regiões afetadas pela doença no Brasil. Firmou parcerias estratégicas em locais de grande endemia como o estado do Mato Grosso. Iniciativas como TECHansen, que doa materiais e dispositivos de tecnologia assistiva, e a plataforma virtual DOCHansen, financiada pela Companhia Internacional da Ordem de Malta (CIOMAL), destacam-se como ações inovadoras que refletem o compromisso do AAL com soluções práticas e eficazes.
Com o lançamento da campanha “Pense, pode ser hanseníase”, o Instituto visa conscientizar a população, incentivando diagnósticos precoces e reforçando seu papel fundamental na construção de um futuro sem hanseníase. Faça parte dessa jornada buscando sempre informações de fontes confiáveis, prestando atenção a qualquer sinal da doença e compartilhando essas informações qualificadas com outras pessoas.
Sessão de cinema especial – Yomeddine
Como parte da campanha “Pense, Pode Ser Hanseníase”, o Instituto AAL organizará uma sessão de cinema especial no Reserva Cultural, na Avenida Paulista, em São Paulo, no dia 29 de janeiro de 2024. Durante o evento, duzentas pessoas terão a oportunidade de assistir ao filme “Yomeddine”, dirigido por A. B. Shawky, que retrata a jornada de um personagem acometido pela hanseníase na infância. No festival de Cannes 2018, a tocante produção ganhou destaque e foi vencedora do prêmio François Chalais.
Além de proporcionar uma visão mais profunda sobre a realidade das pessoas com hanseníase, o evento visa informar sobre as iniciativas do Instituto AAL no enfrentamento à doença e na assistência aos pacientes. Os convites para o evento estão disponíveis por R$50,00, com todo o lucro revertido para as ações filantrópicas do Instituto AAL. Para reservar os convites, entre em contato pelo email [email protected] ou pelo WhatsApp (41) 99247-8873.