A 2ª edição do Simpósio Internacional sobre Hanseníase aconteceu nos dias 23 e 24 de janeiro reunindo lideranças mundiais, incluindo a médica hansenologista presidente do Instituto Aliança contra Hanseníase, Dra. Laila de Laguiche, e o presidente da ORDEM DE MALTA INTERNACIONAL CONTRA A HANSENÍASE (CIOMAL), Thierry zen Ruffinen, e o tesoureira da mesma instituição, Radicati di Primeglio. O evento foi organizado organizado pela Sasakawa Leprosy (Hansen’s Disease) Initiative em conjunto com o Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral, a Fundação Francesa Raoul Follereau e a Associação Italiana Amici di Raoul Follereau.
Durante o evento foram discutidas questões importantes, como a erradicação da discriminação e do estigma associados à hanseníase, a garantia de acesso a tratamento e cuidados de saúde para todas as pessoas afetadas pela doença. Muitos pacientes e ex-pacientes deram seus testemunhos, além de profissionais que atendem diretamente os doentes, com representação da Ásia, África e Américas.
O simpósio também foi uma oportunidade para que as comunidades se unam e trabalhem juntos para garantir que nenhuma pessoa seja esquecida na luta contra a hanseníase. “Foi uma grande oportunidade participar deste evento significativo e contribuir com as discussões sobre a hanseníase”, afirma Dra. Laila de Laguiche. “Estamos comprometidos em continuar trabalhando ao lado de parceiros como a CIOMAL para garantir que nenhuma pessoa seja esquecida e alcançar uma sociedade livre da hanseníase. Este evento mostra a sensibilização da Igreja Católica quanto ao problema do estigma e discriminação. Acredito ser de grande importância haver este apoio diante da sociedade”, completa a médica.
Apelo Global
Durante o Simpósio foi lançado o Apelo Global de Hanseníase 2023, uma iniciativa conjunta das Nações Unidas, da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Liga Internacional de Sociedades de Hanseníase com o objetivo de para acabar com o estigma e a discriminação contra as pessoas afetadas pela hanseníase, reconhecendo que todos os seres humanos são irmãos e irmãs, iguais em dignidade, e que cada um de nós deve fazer sua parte na construção de uma sociedade na qual ninguém seja deixado para trás.
A hanseníase é uma doença que pode ser transmitida por meio de gotículas respiratórias e é causada pelo bacilo de Hansen. O tratamento é simples e eficaz, mas é importante que as pessoas tenham acesso a informações corretas sobre a doença e ao tratamento adequado, que é gratuito pelo Sistema Único de Saúde. Uma das ações do Instituto Aliança contra Hanseníase é oferecer capacitação para que a comunidade médica saiba fazer o diagnóstico precoce. Outra iniciativa da AAL é o projeto TECHansen, voltado para a qualidade de vida das pessoas que foram afetadas pela hanseníase a ponto de ter sequelas físicas, especialmente em nariz, mãos e pés. Pelo projeto, o Instituto doa aos pacientes materiais e equipamentos de tecnologia assistiva. Para isso, é preciso que o profissional de saúde que os acompanha formalize o pedido e indique os itens necessários.
Instituto Aliança contra Hanseníase
Com sede em Curitiba (PR) e projeção internacional, o Instituto Aliança contra Hanseníase é uma associação sem fins lucrativos que une ciência, educação e filantropia no combate à hanseníase. O Instituto AAL foi fundado pela dermatologista e hansenologista Dra. Laila de Laguiche, profissional com 20 anos de experiência na área, pós-graduada em Saúde Internacional e Doenças Tropicais pelo Instituto de Medicina Tropical da Antuérpia (Bélgica). Já atuou como representante da regional Sul e Relações Internacionais da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH). A entidade ainda conta com uma equipe de conselheiros formada por grandes referências em hansenologia no Brasil e na América Latina. Mais informações, acesse: www.allianceagainstleprosy.org.