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Pesquisa científica testa tratamento que pode prevenir hanseníase

Em parceria com a Universidade Federal de Uberlândia, Peróxidos do Brasil e Ministério da Saúde, o Instituto Aliança Contra Hanseníase vai apoiar pesquisadores que atuam em Imperatriz (MA), região de baixo IDH e hiperendemia da doença

O Instituto Aliança Contra a Hanseníase (AAL, da sigla em inglês Alliance Against Leprosy) está em uma nova frente de atuação no nordeste do Brasil. Além do já reconhecido trabalho de treinamento e capacitação de profissionais de saúde para diagnóstico e tratamento precoce da doença, agora a instituição apoia uma pesquisa de prevenção à hanseníase, doença considerada negligenciada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Na próxima semana, de 2 a 7 de dezembro de 2019, uma equipe de 10 pesquisadores e profissionais de saúde se reúne em Imperatriz (MA) para examinar o maior número de pessoas entre as 5.000 tratadas nesse projeto, que estão sendo avaliadas após 5 a 10 anos anos, com o objetivo de testar se um conjunto de medicamentos que elas receberam entre 2010 e 2015 podem prevenir contra o adoecimento por hanseníase.

A primeira pesquisa a receber incentivo do AAL é realizada em parceria com pesquisadores do Centro de Referência Nacional em Dermatologia Sanitária e Hanseníase (CREDESH), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) em Minas Gerais, a empresa Peróxidos do Brasil,  Ministério da Saúde e Secretaria Municipal de Saúde de Imperatriz, no Maranhão, cidade com baixo IDH e considerada uma das regiões hiperendêmicas do país, que ocupa o segundo lugar no ranking mundial de casos de hanseníase. O estudo, com duração de três anos, já está em andamento e será concluído ao final de 2020. Cinco mil pessoas estão sendo avaliadas e acompanhadas para análise da eficácia da quimioprofilaxia para prevenção da doença. A expectativa da comunidade médica e científica nacional e internacional é validar uma alternativa de controle da transmissão e proteção contra essa doença, que atinge os nervos da pele e pode causar sequelas gravíssimas, com deficiências físicas e incapacitantes. “É um estudo ambicioso e a sociedades científica nacional e internacional estão aguardando os resultados desse estudo, para validar uma estratégia adicional para o controle dessa doença, que não tem prevenção primária, isto é, não tem vacina específica”, comenta a médica dermatologista e hansenologista Laila de Laguiche, que é fundadora do AAL, com sede em Curitiba e atuação em todo país.

A pesquisadora responsável pelo projeto é a professora titular da UFU, Dra. Isabela Maria Bernardes Goulart, que também é membro do Conselho Executivo do Instituto AAL e enfatiza a importância desse projeto que utiliza medicamentos preventivos. “Esse projeto é o único projeto brasileiro e mundial que está investigando se a quimioprofilaxia com administração de três medicamentos seria efetiva para diminuição da transmissão do bacilo e proteção contra a doença”, ressalta. Os cinco mil contatos investigados são pessoas que já convivem com pacientes de hanseníase. Os participantes recebem duas doses do esquema ROM (rifampicina, ofloxacino e minociclina) com intervalo de um mês, indicado para todos os contatos familiares sadios dos pacientes com hanseníase, associada à vacina BCG-ID, com o objetivo de protegê-los contra a doença a longo prazo, já que o bacilo tem um tempo de incubação muito longo, em média de cinco a dez anos. “Em um contexto de aumento da resistência medicamentosa é fundamental testarmos alternativas para realmente eliminar o bacilo que causa hanseníase nesse grupo de maior risco de adoecer. Acreditamos desde 2010, quando iniciou essa pesquisa, que não poderíamos usar monoterapia apenas com rifampicina, e nem dose única, por ser uma bactéria de crescimento lento, por isso usamos três medicamentos e em duas doses. Os resultados desse projeto poderão nortear o controle da hanseníase no Brasil e no mundo!”, completa Dra. Isabela Goulart.

Sobre Hanseníase

A hanseníase é uma doença crônica infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que se multiplica lentamente e pode levar de cinco a dez anos para surgirem os primeiros sintomas e sinais. A patologia afeta principalmente os nervos periféricos e está associada a lesões na pele, como manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, ressecamento e perda de sensibilidade. O diagnóstico tardio pode deixar graves sequelas, especialmente a incapacidade física com deformidades em mãos e pés, podendo levar também à cegueira. Até 1995, a Hanseníase era conhecida como Lepra. Em março daquele ano, entrou em vigor a Lei 9.010, que alterou a terminologia oficial no Brasil, mas que não representou mudança significativa nos desafios e preconceitos vividos pelos portadores da doença. Embora tenha cura e o tratamento ser gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a hanseníase é difícil de ser identificada.

Números alarmantes de uma doença negligenciada

Apesar da invisibilidade, a hanseníase faz parte de uma chocante realidade no Brasil. O país é o segundo com o maior número de casos no mundo, atrás somente da Índia. Segundo dados do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2018 foram detectados 28.660 casos novos no território brasileiro, com 1.705 casos em crianças e 8,5% de casos incapacitados no diagnóstico. Em 2017 foram detectados 26.875 novos casos e em 2016 foram 25.218 casos, demonstrando uma tendência crescente na detecção de casos da doença.

Instituto Aliança contra Hanseníase

Com sede em Curitiba (PR) e projeção internacional, o Instituto Aliança contra Hanseníase – AAL, na sigla em inglês (Alliance Against Leprosy), é uma associação sem fins lucrativos que une ciência, educação e filantropia no combate à hanseníase, também conhecida como lepra. O Instituto AAL foi fundado pela dermatologista e hansenologista Dra. Laila de Laguiche, profissional com 20 anos de experiência na área, pós-graduada em Saúde Internacional e Doenças Tropicais pelo Instituto de Medicina Tropical da Antuérpia (Bélgica), consultora do Ministério da Saúde, representante da regional Sul e Relações Internacionais da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH). A entidade ainda conta com uma equipe de conselheiros formada por grandes referências em hansenologia no Brasil e na América Latina, entre elas, a Profa. Dra. Isabela Goulart, que coordena o referido projeto e também é Diretora Científica da SBH.

Mais informações em https://www.allianceagainstleprosy.org

Sobre a Peróxidos do Brasil

A Peróxidos do Brasil, joint venture do Grupo Solvay com a PQM – Produtos Químicos Makay – é a maior produtora de peróxido de hidrogênio e outros produtos derivados da América do Sul. A empresa possui unidades industriais em Curitiba (PR), com capacidade de produção de 200 mil toneladas por ano, e uma unidade myH2O2®, em Imperatriz, no Estado do Maranhão (MA), dedicada ao fornecimento exclusivo para a Suzano Papel e Celulose. A empresa ainda conta com três terminais de distribuição, localizados na Argentina, no Chile e na Colômbia. A Peróxidos do Brasil integra a unidade global de negócios Peroxides, do Grupo Solvay, que possui 17 plantas industriais na América do Norte, América do Sul, Europa, Oriente Médio, Ásia e Austrália. O peróxido de hidrogênio é um produto industrial com larga aplicação em diversos mercados, tais como celulose e papel, mineração e metalurgia, tratamento de água e meio ambiente, agricultura, couro e peles, desinfecção de alimentos, bebidas e embalagens assépticas, plastificantes, produtos de uso pessoal e cosméticos, sabões e detergentes, e têxteis. A empresa já mantém projetos sociais educacionais no Maranhão, em Imperatriz, onde está instalada sua sede filial. A Peróxidos do Brasil decidiu ampliar sua atuação para beneficiar a população que sofre com baixo IDH. A Peróxidos do Brasil tem a Responsabilidade Social entre os seus princípio e valores, apoiando projetos nas esferas da saúde, educação, cultura, empreendedorismo, sustentabilidade e desenvolvimento social.

Saiba mais em www.peroxidos.com.br

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