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Instituto Aliança Contra Hanseníase promove curso inédito sobre tecnologia assistiva para profissionais de saúde da Paraíba e Rio Grande do Norte

Capacitação visa fortalecer o cuidado e a reabilitação de pessoas acometidas pela hanseníase por meio do uso de tecnologias assistivas inovadoras

O Instituto Aliança Contra Hanseníase (AAL), referência nacional no enfrentamento da hanseníase, promoveu, entre os dias 07 e 9 de abril de 2025, um curso inovador sobre tecnologia assistiva voltado para profissionais de saúde da Paraíba e Rio Grande do Norte. A capacitação faz parte das ações estratégicas da instituição para qualificar o cuidado integral às pessoas acometidas pela hanseníase, com foco especial na reabilitação e inclusão social.

Com uma abordagem teórico-prática, o curso, com duração de 16h, capacitou médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais para o uso de dispositivos que auxiliam na prevenção de incapacidades físicas e na promoção da autonomia funcional dos pacientes.

A formação foi realizada em formato híbrido, com aulas online e atividades presenciais, permitindo a ampla participação de profissionais de diferentes regiões do estado, para capacitação para uso de Tecnologia Assistiva na Hanseníase utilizando materiais e dispositivos disponibilizados pela ação TECHansen, do Instituto Aliança contra Hanseníase, com o objetivo de ampliar o conhecimento de profissionais de saúde do estado para o tratamento de prevenção de incapacidades físicas e de reabilitação de pessoas acometidas pela hanseníase. O treinamento aconteceu no Hospital de Doenças Infecto Contagiosas Dr. Clementino Fraga, que é o serviço de referência estadual para o diagnóstico e tratamento da hanseníase, localizado em João Pessoa.

A iniciativa integra a estratégia do Instituto AAL de divulgação nacional da ação TECHansen, que doa materiais de tecnologia assistiva a pacientes, que já vem sendo implementado em estados como Pernambuco, Maranhão e Bahia, sempre com o compromisso de ampliar o acesso a tecnologias de cuidado e combater o estigma da hanseníase com informação, formação e inovação.

“Nosso objetivo é fortalecer a rede de atenção à saúde com ações concretas que impactam diretamente a qualidade de vida das pessoas atingidas pela hanseníase. A tecnologia assistiva é um eixo fundamental para garantir o cuidado continuado e humanizado”, explicou Dra. Susilene Maria Tonelli Nardi, diretora técnica do Instituto Aliança Contra Hanseníase – AAL, e idealizadora da ação TECHansen.

Além da capacitação, os profissionais participantes poderão integrar uma rede de suporte técnico com acesso à plataforma DOCHansen, que oferece teleinterconsultas e apoio especializado para casos complexos, promovendo educação permanente em saúde.

A oficina contemplou 11 profissionais de municípios endêmicos da Paraíba e 4 profissionais do Hospital Clementino Fraga que tiveram atividades teóricas e práticas. O curso foi realizado sob a coordenação do médico dermatologista e consultor do Ministério da Saúde (MS), da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), Dr. Maurício Nobre, que ressaltou a importância da adaptação de órteses como instrumentos de vida diária para pacientes com hanseníase, no contexto de um projeto em parceria com a Paraíba, iniciando em 2019.

“O curso de 16 horas ensinou a esses profissionais de saúde a utilizarem dispositivos que melhoram a qualidade de vida de pacientes que sofreram complicações devido a diagnósticos tardios da doença. As adaptações incluem órteses para as mãos e pés, além de ferramentas assistivas como adaptadores universais, tipoias e outros instrumentos que facilitam atividades cotidianas”, destacou.

Essas adaptações que facilitam e devolvem a habilidade da pessoa realizar atividades simples do dia a dia são chamadas de órteses, porque são instrumentos que complementam a função. É diferente de uma prótese, na qual a pessoa perdeu, por exemplo, a mão e a prótese substitui esse membro. No caso da órtese, ela facilita a função de um membro que existe.

De acordo com o médico dermatologista, o mais importante é enfatizar a importância do diagnóstico precoce da hanseníase para prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida dos afetados.

“O paciente com hanseníase pode ter uma complicação neurológica e perder a força ou ficar com alguma atrofia muscular ou diminuição de sensibilidade, principalmente nas mãos, nos pés e nos olhos. Então, quando as pessoas são diagnosticadas tardiamente ficam com algumas limitações e têm esse tipo de complicação, já o diagnóstico precoce evita isso”, explicou.

Para Felipe Ferreira da Silva, de 26 anos, morador do município de Baía da Traição, que já trabalhou como pescador e mototaxista, até não poder mais devido a uma lesão na mão ocasionada pela doença. O diagnóstico precoce teria feito uma grande diferença, já que só descobriu a hanseníase após uma cirurgia. “Estou me adaptando à nova realidade e aprendendo a usar a mão esquerda para as atividades diárias. As órteses que recebi, como um pegador de colher, foram muito bem recebidas, pois facilitam a vida para as dificuldades nas tarefas simples, que se tornam desafiadoras com a doença”, lembrou.

O diagnóstico da hanseníase também pode ser feito clinicamente, nas unidades básicas de saúde, pelos profissionais da saúde da família que estão mais próximos das comunidades afetadas.

TECHansen é uma ação do Instituto Aliança contra Hanseníase que prevê a doação de materiais e dispositivos de tecnologia assistiva para melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiências físicas causadas pela hanseníase.


Fone: SECOM / Paraíba

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