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Instituto Aliança Contra Hanseníase participa de Seminário Nacional do Ministério da Saúde sobre incapacidades pós-hanseníase

Evento apresentou resultados inéditos do Inquérito Nacional das Incapacidades (2022–2024) e reúne especialistas para definir estratégias de vigilância, cuidado e inclusão

Brasília (DF), outubro de 2025 — O Ministério da Saúde realizou, nos dias 21 a 23 de outubro, o seminário “Inquérito Nacional das Incapacidades Decorrentes da Hanseníase no Brasil (2022–2024): Construção de Estratégias Sustentáveis de Vigilância, Cuidado e Inclusão”, reunindo gestores, pesquisadores, profissionais de saúde, movimentos sociais e organizações da sociedade civil engajadas no enfrentamento da hanseníase em todo o país.

O evento foi promovido pela Coordenação-Geral de Vigilância da Hanseníase e Doenças em Eliminação (CGHDE/DEDT/SVSA/MS) e tevr como propósito analisar os resultados do Inquérito Nacional, realizado entre 2022 e 2024, e delinear novas ações de prevenção, reabilitação e inclusão das pessoas acometidas pela doença.

Participação do Instituto AAL

O Instituto Aliança Contra Hanseníase (AAL) participou como convidado especial na Mesa 6 – “Parcerias estratégicas no enfrentamento da hanseníase e na prevenção de incapacidades: construindo caminhos por meio da cooperação”, no dia 22 de outubro, ao lado de representantes da Fundação NHR Brasil, da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH), da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Rede Universitária Nacional de Combate à Hanseníase.

O AAL será representado pela Dra. Susilene Nardi, diretora técnica do Instituto e integrante da equipe técnica do próprio Inquérito Nacional, e pela Sra. Nicole Morihama, gerente-geral do Instituto. Ambas apresentarão a palestra “Estratégias de prevenção de incapacidades por hanseníase: atuação de sociedades científicas e do terceiro setor”, destacando o papel das organizações civis na promoção do cuidado integral e na reabilitação das pessoas acometidas pela doença.

Inquérito Nacional das Incapacidades (2022–2024)

O estudo, conduzido pelo Ministério da Saúde, avaliou mais de 2.700 pessoas diagnosticadas com hanseníase entre 2015 e 2019 e que receberam alta por cura. Os resultados revelam que, mesmo após o tratamento, 26% das pessoas apresentaram piora no grau de incapacidade física, evidenciando a necessidade de acompanhamento contínuo e políticas públicas permanentes de reabilitação e inclusão.

Entre os principais achados:

  • 75% dos casos avaliados eram multibacilares, com predominância das formas dimorfa e virchowiana;
  • 16,7% dos pacientes apresentaram grau 2 de incapacidade física no período pós-alta;
  • 92,5% declararam não possuir conhecimento sobre incapacidades;
  • 60,8% permaneceram no mesmo grau de incapacidade entre o diagnóstico e o pós-alta, mas 26% tiveram agravamento funcional.

O relatório também aponta baixa percepção de autocuidado e necessidade de fortalecimento das ações de educação em saúde e reabilitação física e social. O Inquérito deu origem ao Sistema de Informação do Inquérito Nacional de Incapacidades em Hanseníase (INQHANS), que sistematiza os dados coletados e servirá de base para novas políticas públicas.

Compromisso e cooperação

Para o Instituto Aliança Contra Hanseníase, a participação no Seminário reforça sua missão de atuar em rede com o poder público e as instituições científicas na busca por soluções sustentáveis e baseadas em evidências para o enfrentamento da hanseníase.

“Este inquérito representa um marco histórico para a saúde pública brasileira. Ele mostra que o tratamento medicamentoso é apenas o primeiro passo, e que o verdadeiro desafio está no cuidado contínuo, na reabilitação e na inclusão social das pessoas acometidas”, destaca a Dra. Laila de Laguiche, fundadora do Instituto AAL.

“É uma honra representar o terceiro setor neste espaço de construção coletiva, contribuindo com a experiência prática do AAL em projetos de prevenção de incapacidades e tecnologia assistiva”, complementa Nicole Morihama.

O AAL desenvolve, entre outras iniciativas, os projetos TECHansen, FeetHansen, DOCHansen e educação em Hanseníase, que integram assistência, inovação e capacitação profissional no enfrentamento da doença.


Sobre o AAL
O Instituto Aliança Contra Hanseníase é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, fundada em 2018. Atua em todo o Brasil e em países lusófonos africanos, com foco em ciência, educação e assistência, buscando a eliminação da hanseníase e a defesa da dignidade humana. Em 2024, foi reconhecido entre as 100 Melhores ONGs do Brasil.

📍 Mais informações: www.aal.org.br

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