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Instituto Aliança contra Hanseníase participa de reunião global da OMS sobre doenças tropicais negligenciadas relacionadas à pele

Dra. Laila de Laguiche esteve com representantes de outros 85 países no evento que aconteceu em Genebra, na Suíça, entre os dias 27 e 31 de março

A primeira reunião global da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre doenças tropicais negligenciadas relacionadas à pele (DTNs da pele) aconteceu entre os dias 27 e 31 de março de 2023 em Genebra, Suíça. A reunião híbrida contou com a presença de cerca de 300 pessoas pessoalmente e mais de 1.000 participantes on-line de 86 países.

O evento histórico reuniu especialistas em DTNs da pele, formuladores de políticas públicas, profissionais de saúde, gerentes de programas nacionais, cientistas, representantes de organizações sociais, instituições de pesquisa, organizações de pacientes e representantes da OMS. Juntos, os participantes discutiram os aspectos médicos, socioeconômicos e de pesquisa, trocaram experiências, discutiram alternativas para fortalecer abordagens integradas e contribuir para o avanço da pesquisa, prevenção e atendimento clínico para pacientes em todo o mundo.

As DTNs da pele são um problema de saúde pública e afetam 1,8 bilhão de pessoas. Em ambientes tropicais e com poucos recursos, as infecções de pele, que podem ser de origem bacteriana, viral, fúngica ou parasitária, são frequentes. Na maioria das comunidades, as DTNs de pele representam cerca de 10% das doenças de pele, segundo a OMS.

Os participantes da reunião pediram maiores investimentos em DTNs para acelerar os esforços para atingir as metas do roteiro de 2021-2030. “As DTNs precisam ser reconhecidas na arquitetura da saúde global. Um investimento em DTNs é um investimento em muitas das agendas prioritárias de saúde pública ”, disse o Dr. Ibrahima Socé Fall, diretor do Programa Global de DTNs da OMS.

AAL foi representada pela Dra. Laila de Laguiche

O Instituto Aliança contra Hanseníase esteve no evento representado por sua fundadora e presidente, Dra. Laila de Laguiche. A hanseníase é uma das DTNs de pele mais graves, com uma alta taxa de sequelas. Afeta a pele, os nervos periféricos, a mucosa das vias respiratórias superiores e os olhos, sendo causada pela bactéria Mycobacterium leprae. É uma das mais antigas doenças conhecidas pela humanidade e ainda é um problema de saúde pública em muitos países, especialmente na Índia e no Brasil, países com o maior número de casos no mundo. 

A participação do Instituto Aliança contra Hanseníase na primeira reunião global da OMS ofereceu uma oportunidade única para compartilhar experiências e discutir os avanços na prevenção, diagnóstico e tratamento da hanseníase, além de fortalecer a rede entre especialistas no tema. A presença da AAL em um evento tão importante é mais um reconhecimento por seus esforços em prol de milhares de pessoas afetadas pela hanseníase no Brasil. 

“Após uma semana de reuniões durante todo os dias, tivemos a oportunidade de ouvir mais de 80 apresentações. A palavra foi dada a representantes de países, cientistas, organizações não-governamentais, organizações representantes de dermatologistas, além de representantes da OMS de várias regiões do mundo. Várias experiências foram apresentadas, incluindo plataformas de informação existentes, aplicativos e a formação de SKIN CAMPS: campos de busca ativa para as doenças negligenciadas com foco em dermatologia, o que pode aumentar muito a eficácia das ações e a otimização da organização”, comenta a Dra. Laila de Laguiche.

O diretor-geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, comprometeu-se a garantir que as DTNs sejam melhor apoiadas pela OMS em termos de recursos, políticas e defesa. “Conte comigo como um de vocês: DTNs são onde eu comecei. Vou acompanhar suas perguntas. Não quero que as conversas que vocês tiveram esta semana sejam em vão”, afirmou. Para a Dra. Laila de Laguiche, a fala de Tedros foi especialmente marcante. “Ele iniciou sua carreira na Etiópia, justamente trabalhando com algumas destas doenças, como esquistossomose, leishmaniose e tripanossomíases”, lembra a médica. 

Conclusões

Para a Dra. Laila de Laguiche, o encontro histórico promovido pela OMS reforçou a necessidade de lideranças locais nos países acometidos pelas DTNs de pele, com comprometimento político e lembrou que o paciente deve ficar no centro dos interesses desta iniciativa, sendo desejável ter condutas e procedimentos desenvolvidos sistematicamente com a participação de pacientes e seus representantes. A médica também destacou outros três pontos: importância da integração; ações de advocacy e visibilidade para as doenças; e financiamento pelo Global Found.

A segunda reunião global de DTN de pele está marcada para março de 2025 em Genebra, na Suíça. Os participantes foram incentivados a continuar colaborando entre si e com a OMS para manter o ritmo até 2030.

Para conhecer as ações que a Aliança contra Hanseníase está executando no combate à hanseníase no Brasil, clique aqui.

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