Única organização brasileira presente, a AAL teve estande e apresentação de e-poster no 31º Congresso Europeu de Dermatologia
Organização internacional com atuação no Brasil, o Instituto Aliança contra Hanseníase teve presença ativa na edição 2022 do Congresso Europeu de Dermatologia, que aconteceu na cidade de Milão, na Itália. Com apresentação de e-pôster e estande que mostrou as experiências bem-sucedidas da ação TECHansen e o projeto Sapatarias Digitais, a instituição foi representada pela fundadora, Dra. Laila de Laguiche, acompanhada pela dermatologista Dra. Marcela Trotta.
O evento reuniu especialistas de todo o mundo em torno de debates, fórum educacional, apresentações de cases e workshops. Foram mais de 170 sessões de aperfeiçoamento e inovação nas áreas de pesquisa e atendimento ao paciente em dermatologia. O presidente da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia, Alexander Stratigos, destacou que o congresso promove a colaboração científica.
Única organização com foco em hanseníase presente no Congresso, o Instituto Aliança contra Hanseníase compartilhou com especialistas de todo o mundo seus esforços para levar mais qualidade de vida às pessoas acometidas pela doença e os expressivos resultados já alcançados. Por meio do Projeto TECHansen, dedicado à doação de materiais, equipamentos e dispositivos de tecnologia assistiva para pacientes que apresentam deficiências físicas ou alterações ocasionadas pela hanseníase, foram atendidos 15 estados brasileiros entre agosto de 2021 e setembro de 2022, gerando um total de 1.733 materiais doados. A iniciativa é viabilizada com doações de empresas e da sociedade civil.
Nas Sapatarias Digitais, a proposta é oferecer calçados adaptados com palmilhas produzidas em impressoras 3D. Um sistema computadorizado mapeia todas as características dos pés de cada paciente e é capaz de desenhar um produto que atende às necessidades de cada pessoa, garantindo que ela tenha mais mobilidade no dia a dia. Sabe-se que a hanseníase em grau avançado pode gerar deformações que dificultam ou até impedem o uso dos calçados convencionais, além de prejudicar a locomoção. O projeto tem a colaboração da Companhia Internacional da Ordem de Malta contra a Hanseníase (CIOMAL, na sigla em francês).
“Muitos dermatologistas que trabalham com hanseníase se mostraram extremamente empolgados e interessados nos projetos da Aliança contra Hanseníase. Recebemos em nosso estande profissionais de diferentes regiões do mundo e mostramos nossa capacidade de unir ciência, tecnologia e filantropia”, avalia Dra. Laila de Laguiche, que é dermatologista e hansenologista.
No e-pôster, foi destacado que as ações da AAL contribuem com a Estratégia Global para Hanseníase 2021-2030, no que se refere ao manejo da hanseníase e suas complicações e na prevenção de novas incapacidades, oferecendo funcionalidade nas atividades diárias e melhorando a qualidade de vida desses indivíduos.
Dra. Patrícia Deps e Prof. Aldo Morrone.
Intercâmbio de experiências
Para a Dra. Marcela Trotta, o evento também permitiu conhecer e se inspirar com o trabalho de médicos que atuam junto às populações de grande vulnerabilidade social, entre os quais há grande transmissão de doenças. “Pudemos trocar ideias sobre porque o diagnóstico de hanseníase parece estar aumentando em locais do globo onde a doença era considerada controlada”, relata a médica.
Reunião com referências mundiais em hansenologia
“Grande parte da população mundial não sabe que a hanseníase ainda existe. É importante manter diálogo e educação sobre o diagnóstico precoce, sobre a existência de profissionais especializados aptos ao tratamento do paciente, a situação de subdiagnóstico e as sequelas potenciais da doença. É preciso abrir diálogo internacional para construir meios de controlar esta doença milenar que continua causando sequelas disfuncionais e estigmatizantes. Esperamos que instituições como a AAL recebam cada vez mais espaço de divulgação nos eventos brasileiros e internacionais, para que o esforço em benefício da população com hanseníase possa ter espaço para se concretizar”, conclui Dra. Marcela.