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Em parceria com ONU, Aliança Contra Hanseníase realiza pesquisa sobre impacto da Covid-19 no Brasil

Formulário aplicado online teve por objetivo identificar as consequências da pandemia entre os pacientes brasileiros. Parte significativa dos afetados tiveram quadro clínico agravado pelas condições sanitárias de 2020.

O Instituto Aliança Contra a Hanseníase (AAL, na sigla em inglês) aplicou um questionário em todo território brasileiro com o objetivo de coletar a percepção de pacientes, familiares e profissionais de saúde envolvidos diretamente no tratamento da hanseníase. A pesquisa é parte do esforço da ONU, cuja representante nos assuntos ligados à hanseníase é a relatora Alice Cruz. Com respostas coletadas no fim de 2020, o diagnóstico alerta para o agravamento da negligência em relação à doença, que ficou ainda mais preterida após a instalação da crise sanitária causada pelo novo coronavírus.

O formulário composto por 18 questões de múltipla escolha e uma questão aberta esteve disponível para preenchimento online durante 30 dias. O levantamento contou com 35 respostas com representação equivalente em todas as regiões brasileiras. A amostra é composta por profissionais de saúde (60%) e pacientes e/ou familiares (40%).

Dentre os dados que mais despertam atenção está o alerta para a interupção de atendimento de forma total ou parcial: 57% dos respondentes declararam que foram afetados em alguma medida, incluindo falhas no fornecimento de medicamentos. Um terço dos respondentes tiveram estado de saúde agravado: 40% apresentação reações hansênicas, 22% piora do estado geral e 17% precisaram de internação. Em relação a casos mais extremos, 14% desenvolveram incapacidade física.

Os percalços logísticos causados pela pandemia também impactaram na vida dos doentes, dificultando o tratamento: 54% afirmou ter receio de contaminação pela Covid-19 e 31% alegou dificuldade de seguir com o tratamento pelos transtornos no transporte público.

No ãmbito de ordem social, bastante correlacionado á incidência de hanseníase, os dados mostram que há uma intersecção entre classe social e hanseníase: 25% obtiveram auxílio emergencial ofertado pelo governo federal, enquanto 17% precisaram recorrer às doções de cestas básicas.

O vídeo da ex-paciente e agora voluntária Dide alerta para a importância do tratamento precoce. Hanseníase tem cura e o tratamento é 100% gratuito pelo SUS.

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