De Palo Alto para Pernambuco, o que parecia apenas uma viagem de voluntariado se transformou em uma experiência de vida, capaz de ressignificar o olhar de 17 jovens californianos sobre saúde, a hanseníase, desigualdade, fé e solidariedade. Durante oito dias, de 08 a 16 de junho de 2025, o grupo de jovens da Paróquia St. Thomas Aquino, da Califórnia, mergulhou no Brasil profundo — aquele que a maioria dos turistas nunca vê. E ao lado do Instituto Aliança Contra a Hanseníase (AAL), eles descobriram o poder real da conexão humana.

Uma Missão que Foi Muito Além de um Roteiro de Atividades

Desde o primeiro abraço no Aeroporto de Recife até o último “See you soon” na despedida, a missão foi um convite ao encontro com o outro e consigo mesmo.

Os jovens participaram de ações de campo com pacientes afetados pela hanseníase, conheceram de perto os desafios enfrentados pelos profissionais de saúde, visitaram hospitais, entregaram kits de autocuidado, pintaram paredes de instituições de saúde, produziram conteúdo de conscientização sobre a hanseníase e até celebraram a primeira missa em inglês na histórica Catedral da Sé, em Olinda.

Cada momento foi pensado para provocar reflexão: Como ajudar? O que é vulnerabilidade? O que significa servir?

A Hanseníase Deixou de Ser um Tema Distante

O Brasil ocupa o segundo lugar no mundo em número de novos casos de hanseníase, atrás apenas da Índia. Só o estado de Pernambuco registrou mais de 1.700 novos casos no último ano. Para os jovens americanos, esses números ganharam rostos, histórias e emoções.

Durante visitas ao Hospital Geral de Mirueira e à Policlínica Clementino Fraga, eles ouviram relatos de pessoas que enfrentam, diariamente, o estigma e a exclusão social por conta da doença.

E aprenderam uma lição que levarão para a vida: hanseníase não é uma página virada da história. É uma realidade urgente. E falar sobre ela é uma responsabilidade global.

Fé, Ciência e Ação Social Caminhando Juntas

A programação incluiu encontros com líderes religiosos, como o Arcebispo Dom Paulo Jackson, e com autoridades da saúde pública, como os representantes da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco.

O grupo assistiu a palestras sobre o cenário epidemiológico, conheceu o impacto da pesquisa acadêmica liderada pela Dra. Raphaela Delmondes e se inspirou nas palavras da Dra. Laila de Laguiche, presidente do Instituto AAL.

A assinatura do Termo de Intenção de Cooperação entre o Instituto e a Oficina Ortopédica do Hospital de Mirueira foi um marco presenciado pelos jovens — um exemplo vivo de como parcerias estratégicas podem transformar realidades.

O Instituto AAL: Transparência, Inovação e Independência

A missão também foi uma oportunidade para que os voluntários conhecessem de perto o trabalho do AAL: um Instituto reconhecido nacionalmente como uma das Melhores ONGs do Brasil, com políticas rigorosas de compliance, auditado por uma empresa internacional e com total independência financeira — já que não recebe recursos de órgãos públicos, garantindo assim sua autonomia.

Além de atuar na assistência direta, o Instituto investe em pesquisa, capacitação de profissionais, produção de tecnologias assistivas personalizadas, telemedicina e, claro, em ações de educação e combate ao estigma.

O Que Fica Após a Missão?

Mais do que fotos e lembranças, os jovens levam na bagagem um compromisso renovado com o serviço, com o outro e com a construção de um mundo mais justo e compassivo. Eles voltam como multiplicadores da causa da hanseníase em suas comunidades nos Estados Unidos.

Para o Instituto AAL, essa missão reafirma que o trabalho em rede, o voluntariado internacional e a troca de experiências culturais são ferramentas poderosas na luta contra doenças negligenciadas.

Um Agradecimento Especial

Nenhuma grande missão acontece sozinha. Nossa gratidão vai para Florence de Bretagne, cujo trabalho incansável fez essa missão acontecer. Aos pais, que confiaram em nós. Ao Padre Stasys, pela presença constante. À nossa guia Erani, Ticiane que lidera a equipe da Pousada dos Quatro Cantos e, claro, a cada profissional de saúde, paciente e parceiro em Pernambuco que abriu as portas (e os corações) para essa experiência única.

E Agora?

A missão chegou ao fim, mas seu legado está só começando. Seguimos juntos, de Pernambuco à Califórnia, plantando sementes de empatia, justiça social e transformação.

Reporte completo da missão

Leia aqui o relatório completo da missão.

👉 Quer saber mais sobre como fazer parte dessa rede de solidariedade?
Acesse: www.aal.org.br
📧 Contato: [email protected]