Sobre a doença
A Hanseníase é uma doença infecciosa e curável que causa, sobretudo, lesões de pele e danos aos nervos.
A doença, antigamente conhecida como lepra, é causada por infecção com a bactéria Mycobacterium leprae, afetando principalmente a pele, olhos, nariz, mãos, pés e os nervos periféricos.
Os sintomas incluem, dentro outros, manchas brancas ou vermelhas na pele com diminuição da sensibilidade, queda de pelos no local das lesões, dormência e fraqueza nas mãos e nos pés.
A hanseníase pode ser curada com uso de medicamentos adequados, cujo tratamento é totalmente gratuito e oferecido pelo SUS – Sistema Único de Saúde.
O diagnóstico e tratamento precoces evitam deficiências físicas e agravamento do quadro dos pacientes.
De acordo com o Relatório de Atualização Global sobre a Hanseníase referente ao ano de 2023, expedido pela Organização Mundial de Saúde – OMS, em 12 de setembro de 2024, 182.815 novos casos foram identificados no mundo, no ano passado. Destes, mais de 24.000 ocorreram na região das Américas e 22.773 (12,45% do total) foram notificados no Brasil, o que corresponde a 95% do número de novos casos nas Américas.
Do total de novos casos, 10.322 crianças foram acometidas pela doença no ano passado. No Brasil, foram identificados 958 novos casos infantis, das quais 35 apresentam deformidades visíveis ou deficiências de grau 2 (G2D) em decorrência da hanseníase.
O Brasil ocupa o segundo lugar entre os países com maior número de casos no mundo, atrás apenas da Índia. Esse cenário é agravado pela dificuldade de diagnóstico que pode ser responsável por casos de tratamento tardio. Poucos médicos estão preparados para lidar com isso, o que sinaliza uma sensível subnotificação de casos. O preconceito e a falta de informação fazem com que os pacientes escondam a doença e vivam em isolamento social.
Os países com altos números de casos são Índia, Brasil e Indonésia. A maioria dos casos de hanseníase é encontrada na Ásia, África e América do Sul.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), as doenças negligenciadas estão restritas a regiões tropicais e subtropicais com água não tratada, higiene e saneamento inadequados e condições de habitação precárias.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) colocou a hanseníase na lista de doenças negligenciadas, caracterizadas por serem patologias infecciosas e afetarem, principalmente, as populações que vivem em extrema pobreza.
Atualmente, há cerca de 3,5 milhões de pessoas acometidas pela hanseníase no mundo. Atualmente, o Brasil faz parte da lista de 23 países prioritários para a hanseníase definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que juntos somam 94% dos casos de hanseníase no mundo. Nesta lista, Índia, Brasil e Indonésia somam juntos 74% de casos no mundo.
Em março de 2023, a OMS realizou a primeira reunião global sobre doenças tropicais negligenciadas (DTN) relacionadas à pele (DNT da pele), em Genebra (Suíça). As discussões se concentraram principalmente no progresso e nos desafios na implementação de atividades integradas de DTN da pele em nível nacional, conforme sublinhado no roteiro de DTN da OMS 2021–2030.
Dra Laila de Laguiche esteve presente no evento, representando o Instituto AAL, e pôde conferir os avanços na pesquisa de DTNs de pele. Um marco importante para o fortalecimento da rede de especialistas em doenças tropicais negligenciadas.
Transmissão
Diagnóstico
Sobre diagnóstico acesse: https://aal.org.br/hanseniase/teste-diagnostico/
Tratamento
Boletim Epidemiológico de Hanseníase - Número Especial | Jan. 2024
Leia aqui, na íntegra, o último documento emitido pelo Ministério da Saúde com os dados da hanseníase referentes ao ano de 2023.
Publicado em 23/01/2024 10h31