DOCHansen ANGOLA
Instituto oferece, de maneira totalmente gratuita, plataforma inédita que conecta os profissionais de saúde de Angola com médicos especialistas em hanseníase com vasta experiência, do Brasil
DOCHansen facilita o atendimento e a assistência técnica aos pacientes
O Instituto Aliança Contra Hanseníase (AAL, na sigla em inglês – Alliance Against Leprosy) oferece, de maneira inédita, uma plataforma virtual para ajudar os profissionais de saúde de Angola na condução de casos complexos de hanseníase, gratuitamente.
Chamada de DOCHansen e financiada pela Ordem de Malta Internacional contra a Hanseníase (CIOMAL), a ferramenta conecta os profissionais de saúde de Angola que atuam no combate à Lepra, que têm dúvidas em relação ao diagnóstico e/ou à condução de casos graves com médicos experientes hansenologistas brasileiros.
Como vai funcionar?
O profissional de saúde angolano que possuir dúvidas com relação ao diagnóstico ou tratamento a ser aplicado em casos de hanseníase pode solicitar o seu cadastro na plataforma DOCHansen.
Nesta etapa inicial, o profissional deve entrar em contato com o coordenador nacional do Programa de Controlo da Lepra de Angola, Dr. Ernesto Afonso ou com a Embaixadora do DOCHansen na Angola, Sra. Maria de Jesus Freitas de Alencar ([email protected]) e solicitar o cadastro na plataforma.
A equipe DOCHansen fará o cadastro do profissional de saúde solicitante e enviará as instruções de acesso à plataforma.
Ao receber suas credenciais, o profissional de saúde poderá acessar a plataforma e cadastrar seus casos com histórico, exames, fotos e tudo o que for necessário para um atendimento virtual de qualidade. Em até 72 horas, receberá a resposta do médico especialista consultor, e todas as interações necessárias para esclarecimento das dúvidas.
Todo o contato será realizado via plataforma, evitando o vazamento de informações em grupos sociais sem a proteção de dados sensíveis.
Solicite sua inscrição para utilizar a plataforma
Entre em contato com o coordenador nacional contra a Lepra de Angola, Dr. Ernesto Afonso Mansoni ou com a Embaixadora do DOCHansen na Angola, Sra. Maria de Jesus Freitas de Alencar ([email protected]) e solicitar o cadastro na plataforma.
Médicos especialistas em hanseníase são essenciais no diagnóstico
O desejo da presidente da Aliança Contra Hanseníase, Dra Laila de Laguiche, é que os médicos consultores, que são especialistas em hanseníase, sejam mais valorizados frente ao mercado de trabalho. O Instituto AAL é responsável pelo recrutamento e remuneração dos hansenologistas na sua atuação no DOCHansen.
De acordo com o Dr. Francisco Almeida, consultor e embaixador do DOCHansen, e que também é professor atuante na graduação em Medicina, o “ensino sobre a hanseníase está desaparecendo das grades curriculares, o que faz com que os novos profissionais não tenham conhecimentos sobre a doença. Por isso a importância da iniciativa DOCHansen”.
“A porta de entrada da maioria dos médicos recém-formados e para os pacientes do SUS, permanece sendo a Atenção Primária à Saúde e/ou as emergências. Portanto, é essencial que eles conheçam o agravo para que os pacientes sejam bem conduzidos. A lacuna no conhecimento da doença é a principal responsável pela queda no coeficiente de detecção observado ao longo dos anos”, afirma o embaixador do DOCHansen.
Pensando na carência e necessidade de médicos especialistas, a iniciativa, que possui as melhores expectativas quanto a seu funcionamento e auxílio, é uma ferramenta com algumas limitações. “Ainda não há a disponibilidade de um teste laboratorial que substitua um exame físico acurado em todas as formas clínicas da hanseníase, sendo a experiência clínica a única ferramenta que oferece a maior segurança. Além disso, os casos avançados da doença por vezes são de grande complexidade, então, de fato, faz-se necessário o olhar do especialista para um melhor desfecho, minimizando a ocorrência das incapacidades irreversíveis que podem ser decorrentes da hanseníase”, explica Dr. Francisco.
Material de Apoio
Confira os materiais de apoio com informações sobre técnicas de suporte ao diagnóstico e tratamento à hanseníase:
Vídeo: Avaliação clínica do paciente de hanseníase
Vídeo: Baciloscopia em Hanseníase: Procedimentos Laboratoriais
Vídeo: Biópsia de pele em Hanseníase
Histórico
A ferramenta nasceu, em 2022, e funcionou de forma piloto por seis meses, realizando uma ponte entre médicos generalistas com experientes Hansenologistas brasileiros.
“A concepção deste projeto foi consequência de nossa atuação no Mato Grosso desde 2019, capacitando mais de 800 profissionais de saúde. Pudemos observar o caráter efêmero do impacto das capacitações. Os médicos encontram-se isolados e têm muitas dúvidas. Sem tutoria, o conhecimento se perde. Aliado à grande rotatividade dos médicos nas unidades de saúde, acreditamos que as Teleinterconsultorias poderão ser de grande impacto para a qualidade no atendimento dos doentes”, comenta Dra. Laila de Laguiche, médica hansenologista e presidente da Aliança Contra Hanseníase.
Segundo dados da última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o segundo país no mundo com mais casos novos de hanseníase (28.660), ficando apenas atrás da Índia (114.400) no ano de 2021. Apesar da incidência de casos ser alta no Brasil, existe uma carência de especialistas na área. Segundo o médico e embaixador do DOCHansen, Dr. Francisco Almeida, “os participantes das capacitações possuíam muitas dúvidas em relação à doença, seu diagnóstico e evolução, além de um crescente número de trocas de informações sensíveis, incluindo imagens de pacientes, em grupos informais de WhatsApp, sendo procedimentos que ferem os preceitos da Ética Médica”.
A cooperação técnica com Angola teve início de abril de 2024, bem como outros países da Africa como, Moçambique e Guiné Bissau.
Sobre o Instituto Aliança contra Hanseníase
Capacidade técnica
O Instituto Aliança contra Hanseníase tem atuação destacada em projetos de impacto social. Desde 2021 mantém a premiada ação TECHansen, que tem o objetivo de doar materiais, equipamentos e tecnologia assistiva para pacientes que apresentam deficiências físicas ou alterações ocasionadas pela doença nos olhos, nariz, mãos e pés. Conheça a ação TECHansen.
O Instituto AAL também realiza a ação FeetHansen, implementando oficinas ortopédicas de confecção de palmilhas e adaptação de calçados – sapatarias AAL, além da produção de sapatos digitais, que utiliza tecnologia 3D.